Rio Itapecuru sofre com poluição e a retirada de areia - 23/01/2011 18:04:43 | |||||||||||||||||||
Por: Fonte Jornal o Imparcial, Fonte Jornal o Imparcial | |||||||||||||||||||
À entrada do município de Itapecuru-Mirim (a 108 km de São Luís), os pescadores José Raimundo Duailibe, 72 anos, e Antônio Nascimento, 52 anos, vêem com pesar o transcurso do tempo. A suas memórias, acorrem imagens quase paradisíacas do que, há poucas décadas, lhes significava o trabalho de pesca ao longo do rio Itapecuru. “Conheço esse rio bem, que nem só um peixe conhece. Era tão rico de pescado, de bicho na margem, que vendo ele assim hoje, tão largado, a gente nem reconhece de outros tempos”, diz o senhor Duailibe, o “Dodó”. “Ele ainda dá peixe. Mas o que ele dá mesmo, hoje, é areia”, afirma em seguida Antônio Nascimento. A contrastar com a leveza das canoas de pesca, grandes máquinas de dragagem de areia instalam-se no meio do Itapecuru, extraindo o mineral que alimentará a construção civil no município e adjacências. Pois é tempo, afinal, de levantar casas. De pesca, nem tanto, ainda mais no período da piracema. A todo momento, caminhões entram e saem da cidade para recolher a areia extraída por cinco dragas, de cinco diferentes proprietários, todos licenciados, junto à prefeitura de Itapecuru-Mirim e ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), para a atividade de extração do minério. Cada draga, em oito horas diárias de funcionamento, é capaz de extrair 200 metros cúbicos de areia. Para venda, cada metro cúbico custa, em média, R$ 20, preço bem abaixo do de outros municípios. O secretário de Meio Ambiente de Itapecuru-Mirim, Adrio Monroe Gonçalves, garante ser nulo o impacto negativo da dragagem. “A presença da dragagem traz empregos para o município, impostos para a prefeitura e ainda melhora as condições do rio, tirando a areia que fica solta no fundo”, afirma o secretário, lembrando que a liberação de cada licença para extração está condicionada à apresentação de projeto assinado por geólogo da empresa extratora. Todavia, Marco Valério Jansen Cutrim, professor do Departamento de Oceanografia e Limnografia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), adverte haver, sim, impactos negativos para o rio Itapecuru. “Retirar a areia do fundo do rio implica a modificação de todo o seu ambiente. O que se está tirando dali são minerais, e já existe toda uma fauna e flora que vive em função dessas condições”, explica o professor. Há que se considerar, ainda segundo Marco Valério, o fato de que o rio Itapecuru alimenta o Sistema Italuís, responsável pelo abastecimento de água em São Luís e outras cidades. “A longo prazo, essas modificações podem influir negativamente na qualidade dessa água captada [pelo Italuís]”, prevê o pesquisador. A degradação do curso da água e a retirada da cobertura vegetal original (inclusive da mata ciliar, às margens do rio) são apenas dois dos problemas menos visíveis que a dragagem de areia traz ao Itapecuru, ainda que a atividade seja estritamente necessária à construção civil. “Essas máquinas parecem que espantam os peixes”, suspeita o pescador Dodó. Tal pressentimento leva muitos dos pouco mais de dois mil pescadores filiados à Colônia de Pescadores Z-40, de Itapecuru-Mirim, a praticarem a pesca ilegal durante a piracema (1º de dezembro a 30 de março), período de desova dos peixes. “Na piracema, o pescador filiado [à Colônia] recebe quatro salários mínimos para não pescar. Mas como o peixe já é pouco e essa é a época da chuva, justamente quando fica mais fácil pegar o pescado, muitos acabam não respeitando a lei”, reconhece João Damasceno Garcia, coordenador da Z-40. E, quando não há peixe, há futebol. Pois, antes do início do período chuvoso, uma das margens do rio Itapecuru, em frente à cidade a que deu nome, tomou uma forma profética: totalmente seca, um grupo de jovens fez um campo de futebol sobre o leito do rio. “Agora, porque começou a chover, o rio subiu um pouco e cobriu o campinho dos meninos”, diz Raimundo Pereira, 37 anos, morador da cidade. “É um rio de areia”, acrescenta. 54 cidades jogam esgoto no Itapecuru Sob a ponte de entrada de Itapecuru-Mirim, um casal banha no rio. Mais adiante, na margem, alguns pescadores amadores arriscam jogar uma linha sobre as águas. Tudo calmo, com exceção de uma tubulação que, próxima àquelas pessoas, derrama esgoto sem tratamento algum – dia e noite – diretamente no rio. Itapecuru-Mirim, todavia, é só um dos 54 municípios que despejam esgoto in natura na via fluvial da qual cerca de 40% de São Luís se abastece de água. Daí que os aproximados 25% que sobraram do volume original do Itapecuru estejam seriamente poluídos. --------------------------------------------------------------------------------------------------- Força-Tarefa da polícial tenta pôr ordem no carnaval de rua de São Luís Sandra Viana
A comunidade do Cohatrac, queixosa do barulho de carros de som e brigas, reuniu cerca de quatro mil assinaturas pedindo o fim do incômodo nos fins de semana de pré-carnaval. O documento foi enviado à Delegacia de Costumes e Diversões Públicas. “A culpa é de pessoas que colocam o som de seus carros em alto volume e incomodam quem quer apenas se divertir”, afirma o diretor do bloco de rua Los Periquitos, Ricardo Fernandes Sousa. Desde 2001, o bloco sai pelas ruas do bairro assim que o Reinado de Momo se aproxima. Sousa diz concordar com a atitude da comunidade. Para colaborar, a brincadeira foi suspensa até os dias de carnaval propriamente dito. O Los Periquitos, diz Sousa, nunca fez concentração ou dispersão e sempre respeitou as normas ditadas pelos órgãos disciplinadores. Ele atribui problema tanto à falta de fiscalização, quanto à ousadia dos proprietários de veículos. “Os condutores é que fazem concentração e conturbam o trânsito. Somos a favor da retirada dos carros de som”, disse ele, que procurou o Ministério Público para denunciar. O bloco tem licença na Delegacia de Costumes e Diversões Públicas (DCDP). Segundo a delegada Ana Teresa Duailibe, a liberação das brincadeiras no período de pré-carnaval e no carnaval só é barrada se for constatado prejuízo para a comunidade, o que não se aplica ao Los Periquitos. “O bloco não é problema, e sim os carros de som. Nós, que estamos nesta Força Tarefa, vamos impedir esses abusos e impor a lei os transgressores”, afirmou. A Força Tarefa da qual a delegada fala é grupo formado por vários órgãos reguladores que atua contra a criminalidade e abusos no período carnavalesco. O grupo realizará vistorias nas ruas da capital, área litorânea e demais pontos onde as festas já iniciaram. O objetivo é coibir atos de vandalismo, poluição sonora, consumo excessivo de bebida alcoólica (e a venda destas para crianças e adolescentes), consumo e tráfico de drogas, além de porte ilegal de armas. Na última quarta-feira, equipes da Força Tarefa reuniram no Comando Geral da Polícia Militar para discutir as estratégias desta etapa da operação. Segundo Ana Teresa Duailibe, aqueles que forem flagrados com som automotivo acima do volume permitido serão autuados em flagrante e encaminhado ao Centro de Triagem de Pedrinhas. O som, por sua vez, será apreendido e uma multa aplicada. O condutor pode ainda responder por crime de poluição sonora, cuja pena varia entre um e quatro anos de reclusão. Integram a Força Tarefa, além da Polícia Civil e do Ministério Público, o Corpo de Bombeiros e a Guarda Municipal. --------------------------------------------------------------------------------------------- Muito rebolado e samba no pé marcaram a pré-seleção das candidatas a Rainha do Carnaval 2011. O seletivo aconteceu na manhã de ontem, 22, no auditório do Memorial Maria Aragão, e contou com participação de apenas 16 das 24 candidatas inscritas. A comissão julgadora da pré-seleção foi composta por personalidades da moda, beleza e do Carnaval de São Luís. Nomes como Pedro Padilha (carnavalesco), Ayrton Valle (Studio ID Models), Henrique Serra (coreógrafo), Flávia Frota (assessora Func) e Joel Jacintho (jornalista) escolheram as dez melhores candidatas para concorrerem ao título de Rainha, baseados nos critérios previstos no regulamento – beleza, simpatia, desembaraço e arte de sambar. Foram selecionadas: Aline Rocha; Ila Lícia Silva; Marlete Soares; Thaís Cristina Lobo; Ádila Muniz; Paula Adriana Matias; Tina Turner; Gisele Marques; Lígia Costa e Rafaella Pinto. O Rei Momo e a Rainha eleitos receberão como prêmio a importância de R$ 3 mil e mais o título, a coroa, a fantasia e o cetro. As princesas receberão como prêmio R$ 2 mil e mais os títulos, as faixas e as tiaras de princesas. O mandato da Corte Momesca começará com a coroação, terminando logo após a premiação e o desfile das escolas de samba campeãs do Carnaval 2011. A escolha dos representantes do Carnaval será realizada dia 4 de fevereiro, no Circo Cultural Nelson Brito, no Baile da Corte. O evento é promovido pela Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Cultura (Func). -------------------------------------------------------------------------------------------------
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domingo, 23 de janeiro de 2011
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